06 junho 2013

Considerações finais sobre o Miss Santa Catarina 2013

Desde sábado vinha tentando fazer um resumo sobre o então concurso de beleza Miss Universo de Santa Catarina, porém profundamente indignado com o resultado não estava conseguindo discorrer sobre o evento, eis que hoje entro em um grupo que participo no facebook - Miss Sem Censura - e me deparo com a melhor descrição possível sobre todo o acontecido, do querido amigo José Guilherme que veio do Espirito Santo para acompanhar o concurso, faço de suas palavras as minhas, e compartilho a indignação e desafeto pela organização estadual.

O DIÁRIO DO MISS SC 2013 - O BAL-MASQUÉ NA CORTE DO VALE DO ITAJAÍ - PARTE I
Acabo de chegar do Miss SC 2013. Estive presente, e acompanhei de perto todo o evento, desde quinta-feira pela manhã, quando tomei o voo de Vitória , rumo a Navegantes, a fim de assistir ao concurso. Nunca escondi de ninguém minha preferência neste concurso. Sempre torci ostensivamente por Hanna Ern. Isto , além de fato, foi minha preferência pessoal. Em virtude disso, acompanhei bem de perto sua participação neste concurso, mantendo-me sempre informado, via facebook, com alguns membros da coordenação da Hanna e, muitas vezes, por ela própria. Face aos acontecimentos recentes, e á multiplicidade de opiniões acerca deste que foi o mais tumultuado e polêmico concurso Estadual dos últimos tempos(Miss RJ 2012 que me perdoe), resolvi escrever minhas impressões acerca de tudo que soube, vi, e ouvi na fase pré-concurso, e durante todos estes dias na região de Itajaí/SC.
I - INTRODUÇÃO - A FASE ANTERIOR AO CONCURSO - OS INFORTÚNIOS DA PARTICIPAÇÃO DE HANNA ERN: Depois da surpreendente derrota no Miss Blumenau, fato este que pegou a todos no contrapé, e que, numa ocorrência muito similar ao evento Miss Jurada do Miss MG 2010, contou com a presença no Júri do coordenador das cidades de Indaial, Ibirama, Timbó, e daquela que, pouco mais de um mês depois, viria a ser a Miss SC 2013 (agora, além de Miss-jurada, temos também coordenador-jurado, ajudando a “selecionar“ aquelas que seriam as concorrentes de suas próprias pupiladas - algo muito ético, muito tradicional no mundo Miss, sobretudo em se tratando de coordenações pouco críveis, como muitas que temos em nosso país), muito foi comentado pelo coordenador estadual de que Hanna havia batido ás portas de todos os municípios de SC, entre eles, o município vizinho Gaspar, implorando por uma indicação. Não foi bem assim. Quem quiser, pode perguntar ao Edu Beltramini, e á Adriana Schimilla, coordenadores dela. Hanna NUNCA foi a Gaspar pedir indicação. Não tem vínculo algum com a cidade. Muito menos o fez com outros municípios., salvo as exceções que serão citadas a seguir. Como a própria Hanna ainda nutria o desejo de concorrer, foi visto se havia algum meio viável, perante o regulamento, que legalmente lhe permitisse participar. Haviam duas outras possibilidades: Florianopolis, onde ela é agenciada por filiais de grandes agências de modelos do Brasil, onde reside seus avós, e onde ela possui domicilio profissional. Passa muito de seu tempo na cidade. Contudo, esta porta estava fechada, estrategicamente ou não. Havia uma pessoa posta no cargo de coordenadora municipal ali. Percebendo que havia uma resistência á sua pessoa, foi então buscada a outra possibilidade: Itapema, cidade onde possuía uma casa de praia, e onde passa muitos dias no ano. Como muitas pessoas, Hanna possuía pluralidade de domicílios. Após agendada entrevista, a secretaria de turismo aprovou a indicação de Hanna. Contudo, havia mais um outro embate a ser travado devido ás atitudes da coordenação estadual. Ao saber da indicação, o coordenador estadual, em um momento de total descompensação emocional e fúria, rejeitou violentamente a indicação, usando termos como “candidata perdedora na etapa municipal“, alegando uma proibição no regulamento que não existia, fazendo inúmeros questionamentos, sugerindo, em tom de afirmação, que a atual Miss SC, Manoella Deschamps e seu coordenador municipal, André Santos, estavam por trás de sua indicação. Nada mais falso. É público e notório que os responsáveis pela participação de Hanna neste Miss Sc são Edu beltramini e Adriana Schmilla. Manoella nunca escondeu sua torcida por Hanna, mas não é nem nunca foi coordenadora de candidata alguma, nem patrocinou nenhuma candidatura. Apenas, orgulhosa do título que ostenta, sempre nutriu o desejo de transmití-lo a uma candidata que pudesse honrá-lo da melhor maneira possível assim como ela o fez. Abordado também pelo secretario municipal, foi igualmente descortês com ele, sugerindo ás partes que buscassem o aval da empresa gestora do Miss Brasil em São Paulo. Nada obstante a estes desatinos, ainda publicou em sua página no facebook uma mudança repentina no regulamento, impedindo a participação de candidatas que haviam sido vice em etapas municipais. Muito suspeito. Após alguns contatos, e dias depois, a Enter aprovou a participação da Hanna, o que ocasionou sua inscrição extemporânea no concurso(e consequentemente uma taxa de inscrição mais cara), fato este muito contestado por várias coordenações municipais. Pessoalmente, houveram danos á própria Hanna, récem-operada de uma cirurgia, agendada antes mesmo do Miss Blumenau, para implantes de próteses de silicone nos seios, que, devido aos constantes deslocamentos a fim de resolver o impasse, e ao estresse ocasionado pela situação, sofreu o rompimento de um ponto interno e um sangramento, o que ocasionou a recomendação médica de repouso absoluto por 10 dias antes do concurso. Isto a impediu de fazer procedimentos estéticos, atividades físicas, e treinos de passarela, ocasionando danos á sua preparação. Ela mesma chegou a pensar seriamente em desistir, mas havia o compromisso assumido perante a secretaria de turismo de Itapema, que se empenhou pessoalmente na sua inscrição, nisto incluindo o pagamento da caríssima taxa. Palavra dada é palavra dada. Há pessoas que honram compromissos. Sem cara para cancelar um compromisso com pessoas que haviam acreditado nela e se empenhado para tornar possível um objetivo seu, ela decidiu enfrentar este terreno totalmente inóspito e participar. O panorama não era favorável, mas ela honraria seu compromisso. Ao menos sairia com dignidade da situação, seja qual fosse o resultado. Poucos dias depois, ainda em repouso pela cirurgia, recebeu o telefonema do coordenador estadual. Meu avô sempre dizia que, dependendo da situação, até as vozes mais ásperas mudam de de tom. Muito cortês, vestindo a máscara da situação, cortesmente lhe deu as boas-vindas ao Miss SC. Hummmm…. Quase que simultaneamente, surgiu na caixa-postal de todos os coordenadores e de todas as demais candidatas aquele email de procedência não identificada, denegrindo a participação dela no concurso. Mais uma das máscaras da corte do vale do Itajaí. Assim, com a cara e a coragem, ela foi para o Miss SC 2013.
II - OS DIAS QUE ANTECEDERAM O CONCURSO: Cheguei a Itajaí na quinta pela manhã. Depois do contato com os amigos, me hospedei no mesmo hotel das misses. Desde já, corria solto o comentário de que havia uma escancarada predileção pessoal do coordenador estadual pela candidata mais expressiva do coordenador-jurado do Miss Blumenau, ou seja, a Miss Pomerode, pessoalmente, uma morena alta, vistosa, com uma beleza bastante agressiva, sempre muito montada, e um corpo mais para o da típica mulher brasileira. Um tipo sensual demais, que faria bastante sucesso como assistente de palco de programas televisivos, sobretudo os da linha “pânico“. Pois bem… logo mais á noite, haveria um jantar para as candidatas num dos restaurantes mais badalados da região, o Indaiá. Foi quando pude ver pessoalmente a grande maioria das candidatas. Hanna estava lá, com os cabelos presos num coque muito bem executado, altíssima, magérrima, longilínea, glamourosa, numa figura que passava total distinção. Também nesta oportunidade tive o prazer de conhecer pessoalmente sua coordenadora, Adriana, muito querida, uma pessoa maravilhosa. Trocamos informações sobre o concurso, mas sem grande possibilidade de um diálogo mais completo. Tentei subir á ala reservada onde estavam as misses, mas os seguranças não me permitiram. Não quis criar caso. Voltei para o hotel e aguardei a chegada das misses. Elas chegaram pouco depois da meia-noite. Foi quando pude ter maior contato com a Hanna e sua coordenadora. Muito graciosa, bastante acessível, e de uma simpatia ímpar, demonstrando um carisma muito grande, apesar da pouca idade e do jeito ainda de menina. Educada e bastante correta nas atitudes, não apresentou queixas acerca do tratamento que estava recebendo, mas demonstrou estar incomodada com os rumores de que o concurso tendia ostensivamente para a favorita do coordenador. Agradeceu o apoio dos missólogos, e se mostrou bastante grata pelo apoio recebido por todos. Conversei bastante com elas, mas era o momento de todos descansarem. No outro dia, haveria ensaios pela manhã.
Assim que me despertei na sexta, as encontrei na portaria, a fim de irmos juntos ao ensaio, Foi quando pude analisar mais detidamente todas as candidatas. Era um concurso de nível, mas a maioria das candidatas estavam muito aquém do nível de um Miss Brasil. Muitas eram de baixa estatura. Muitas estavam um pouco fora de forma. E muitas, incluindo a posterior ganhadora, tinham a testa bastante proeminente. As mais destacadas; além da própria Hanna e da Miss Pomerode; eram a Miss Floripa, uma mulata esguia, de boa estatura, e sorriso contagiante, educadíssima; e a surpresa do concurso, a Miss Concórdia, uma morena esguia, com porte de modelo, e uma postura impecável. Muitas eram bonitas, como a surpreendente São Miguel do Oeste (Uma loira de rosto lindo e corpo voluptuoso, que pecava pelo sorriso, extremamente gengival); a Miss Crisciúma, a beleza mais exótica do concurso; a morena de Itajaí; a personal trainer de Joinville (uma loira de bonito rosto e o corpo mais tonificado do concurso, mas, infelizmente, medidas avantajadas demais); e Nova Trento (uma beleza singela, quase infantil, que lembra muito a Miss Blumenau do ano passado, mas, infelizmente, era do time das baixinhas). A decepção, até então, corriam por conta de Ibirama, uma loira alta, de testa proeminente, com uma pele pouco atraente e nariz de desenho ruim. Uma constatação desagradável foi a postura adotada pelas candidatas do coordenador-jurado. Pareciam personagens, tendo em cada mão uma máscara: De um lado, uma sorridente, e do outro, uma inexpressiva, cerrada, do tipo “Do not disturb“, controladas por controle remoto. Algo como se a máscara “Do not disturb“ fosse a que deveria ser tradicionalmente usada. Dependendo da conveniência da situação, o coordenador acionava o controle remoto, e, de imediato, aparecia a máscara sorridente, para, logo em seguida, voltar á face inexpressiva tradicional.Tão estranho quanto desnecessário.
Enquanto conversava com Adriana, coordenadora de Hanna, nos saudou uma mulata clara, alta, cujos traços do rosto não negavam o parentesco direto com a Miss Floripa. Me aproximei, me apresentei. Muito receptiva, e com um sorriso e simpatia tão contagiantes como os da irmã, foi extremamente atenciosa. Agradeceu aos elogios, se mostrando muito orgulhosa da irmã. Um adjetivo que a definiria com perfeição seria “Fina“. Uma prova de que “berço“ é um conceito que tem muito mais correlação com princípios do que com origem e classe social. Na tarde, foi realizado um evento na cidade de Nova Trento, no qual tive dificuldades de locomoção e acabei não conseguindo ir. Neste mesmo dia encontrei o Evandro Hazzy na recepção do hotel. Havia vindo para assistir ao concurso. Fiz absoluta questão de falar com ele, pois se trata de uma das pessoas que mais respeito e considero neste mundo Miss. 
Chega o dia do concurso: Ensaio geral pela manhã, e, depois das duas da tarde, as candidatas estariam liberadas para maquiagem e produção. Participei da comitiva para acompanhar Hanna até o cabeleireiro. Fomos a pé. Hanna totalmente natural, o rosto deslumbrante completamente sem maquiagem. Beleza a toda prova. No meio do caminho, um problema: Uma chuva forte e inesperada quase a pega no contrapé. Deixei a todos sob uma marquise segura, e saí correndo a fim de encontrar um taxi ás pressas. Ela estava relativamente bem, até onde a tensão pré-concurso podia permitir. A deixamos a sós com a Adriana, para que pudesse se preparar. e também lidar melhor com esta tensão. Enquanto isto, conversei bastante com o missólogo Márcio Bonfim, uma pessoa bastante culta, inteligentíssima. Ele, assim como eu, se mostrava bastante preocupado com o possível resultado do concurso. Enfim, fomos ver a Hanna antes do cocktail preliminar, reservado apenas ás candidatas e aos jurados. Ela estava já muito tranquila, a tensão já estava controlada. Estava deslumbrante. Algumas considerações sobre o look: Não foi um trabalho mal-feito. O make-up estava lindo, dando o devido realce aos olhos e á boca, e o cabelo estava como o da maioria das demais candidatas. Foi cortado e repicado, para tirar o efeito pesado que anteriormente possuía. Ela nos sorriu, deslumbrante, e novamente agradeceu a todos o apoio. Diva é diva. Neste momento, já se encontravam no salão a Manu, Miss SC 2012, acompanhada da mãe e de sua amiga, Gabriella Markus, atual Miss Brasil, que veio especialmente acompanhar o evento, todas se preparando para o concurso. Manu estava magnífica em um vestido nude com um decote esplendoroso nas costas. Saudei quase que com reverência esta amiga extremamente querida. Gabriella divina em seu vestido cinza, com aquela classe e sofisticação naturais que lhe dão o toque pessoal. Ambas atenciosíssimas com todos, atendendo a muitas solicitações de fotos. Duas mulheres soberbas, com alma genuína de miss. Um detalhe marcante era a mãe de Manu, Glaedys. Uma senhora bastante jovem, de sorriso fácil e espontâneo, uma personalidade cativante, e uma beleza madura, atraente, numa produção tão radiante que a fazia parecer 20 anos mais jovem que a idade que efetivamente tem. O trio monopolizava as atenções de todos.
Finalmente, fomos ao concurso.
III - O EVENTO: As pessoas chegavam ao evento debaixo de uma chuva torrencial. Todas as candidatas possuíam torcidas organizadas que lotavam o local, de tamanho bastante exíguo. Resultado: pessoas amontoadas pelos cantos, com dificuldades de locomoção. Mesmo assim, as torcidas eram animadas, cada qual tentando incentivar sua candidata da melhor maneira possível. Nada de rivalidades. Todos convivendo harmonicamente, numa perfeita demonstração de cordialidade. A torcida da Hanna, da qual eu fazia parte, era pequena, mas bastante ruidosa, composta basicamente por seus pais, avó, namorado, missólogos que se dispuseram a ir prestigiá-la, alguns amigos, e o Edu Beltramini. Todos bastante animados. 
O concurso começa sem grandes atrasos. A coreografia de abertura era bem executada, graças a um bom trabalho da coreógrafa responsável, mas nem por isto de total bom-gosto. As imagens iniciais da turquia, o início com as meninas rebolando de biquini fio-dental, e as nada elegantes abaixadinhas (sobretudo para quem está trajando exíguos trajes de banho) comprometeram a elegância desta parte do evento, que poderia ter sido perfeita se elas usassem, ao menos, um traje mais discreto. Seguiu-se o desfile inicial. Infelizmente, esta mania das coordenações de divulgar “medidas ilusórias“ das candidatas é algo que me faz crer que eles subestimam a nossa inteligência: Todas, incluindo as notoriamente acima do peso, possuíam quadril de até 90 cm. As mais fora-de-forma, como a Miss Palhoça, possuíam quadril 93. Cinturas, quase todas na faixa 60-63 cm. Então tá… Eles que usem a máscara do “nós fingimos que é verdade, e vocês fingem que acreditam“. Hanna, com um corpo muito bom, bem longilíneo, visivelmente nervosa, infelizmente, não faz um bom desfile. Muitas possuíam passarela equivocada, e algumas, sobretudo Blumenau, extremamente afetadas e carregadas de trejeitos. Destacam-se neste quesito a Miss Concórdia, com uma pasarela correta e segura, e a Miss Florianópolis. Segue-se o desfile de traje de noite. As passarelas permanecem no mesmo patamar. Os vestidos eram em sua maioria aceitáveis, com destaque os belos trajes das misses Joinville e Concórdia, e para Hanna, vestindo um AD. A posterior vencedora, usando um traje cheio de brilhos, um pouco over demais, num modelo de inspiração egípcia, o único confeccionado por uma estilista que fazia parte do júri (agora, além de Miss-jurada e coordenador jurado, também temos uma nova figura figura: A da estilista-que-fez-o-vestido-de-uma-única-candidata jurada. Mais íntegro e menos suspeito seria convidar a estilista Karla Vivian, que, ao menos, fez o vestido da maioria das candidatas-muito melhores, por sinal. Mais uma máscara das muitas da corte de Itajaí - a da cara de pau). A presença da tal “senhora“ no júri deu uma sensação de “cheiro de ralo“ extremamente desagradável. Olhei para o Edu Beltramini. O olhar dele me deu a convicção de que ele pressentia o mesmo que eu. Olhei para os demais missólogos. Olhares e mais olhares de desaprovação. Fazer o que, né? Disfarça e olha pro alto. Infelizmente, é o que tem pra hoje. 
Finalmente, o aguardado anúncio das 10 finalistas. Não sem antes uma microcoreografia meio rebolativa, com as candidatas de biquini fio dental de costas, muito mais adequada para aqueles concursos de bunda veiculados no carnaval. O bom-gosto bem que poderia ter ido dormir sem isto. A surpresa foi a não-inclusão da Miss Itajaí, a dona da casa, uma morena bonita, que bem que poderia ter avançado no lugar da Miss Camboriú. Hanna é a quarta a ser chamada, curiosamente logo após a Miss Blumenau. Foi exatamente neste momento que ela teve usa melhor passarela no concurso, já bem menos tensa que no início, embora não o suficiente para a fazer perder a mania de morder os lábios.
Na sequência, após um dos intermináveis intervalos, segue-se o anúncio do top 5. A surpresa foi a inclusão da Miss Blumenau, que poderia perfeitamente ter sido trocada pela melhor passarela do concurso, a Miss Concórdia. Hanna avança na terceira chamada, dando á sua torcida um fio de esperança de que seria possível a não-confirmação das expectativas e suspeitas de toda a fase pré-concurso. A fase das entrevistas, lamentavelmente, foi a mais deplorável de todo o concurso. Infelizmente, ninguém conseguiu se sair efetivamente bem. A única apenas satisfatória foi Nicole, de Ibirama. As demais deram vários tiros nos pés. A futura Miss SC abriu a rodada sorteando a pergunta mais fácil, sobre os limites estéticos da cirurgia plástica. Nada poderia ser mais banal e batido do que esta. Guaguejou, por muito pouco não se descontrolou, e terminou por responder algo como: “Cirurgia plástica é bom..“, começandou a rodada da mesma forma como terminaria: Com o título de pior resposta do top 5. O fio de esperança de que Hanna poderia quebrar as más expectativas cresceu muito entre sua torcida, que não comemorou em respeito á candidata. Afinal, ela era composta de pessoas qualificadas e educadas. Blumenau, de quem se esperava uma excelente oratória, falou, falou, deu voltas e voltas e não chegou a lugar algum. expectativa não cumprida. Nicole de Ibirama não deu uma resposta fenomenal, mas conseguiu ao menos concluir um raciocínio, demonstrando o maior equilíbrio do concurso. Chega a vez de Hanna. Ela saúda a platéia com voz firme, inicia o discurso com um tom decidido. Neste momento, eu gelei. Pensei comigo mesmo: Ela vai engrenar, e responder“. Mas, infelizmente, no meio da resposta, ela encerra sem uma conclusão adequada. Mucham as expectativas. Era a melhor oportunidade de matar o concurso alí. Restava apenas a Floripa. esta, visivelmente nervosa, também não dá uma resposta satisfatória. Restavam dois caminhos: Ou o Júri se valia do conjunto, do potencial da candidata, e elegeria a Hanna; ou elegeria a melhor na resposta final, Nicole, de Ibirama. Pensei: O coordenador teria muitas dificuldades de justificar a vitória de sua favorita com uma resposta tão desarticulada como aquela.
Chega o grande momento. Todos extremamente apreensivos. As candidatas chegam para as premiações em seus trajes de gala. Um comentário de um missólogo ao meu lado: “A Pomerode já veio até de coque para receber a coroa“. Neste momento pensei: Se não foi permitida a presença do maquiador, a fim de dar os retoques na maquiagem da Hanna, como esta menina conseguiu alguém para mudar assim de visual tão depressa? estranho, estranho demais… A voz rouca do coordenador anuncia a quinta colocada: Blumenau. surpreendentemente, a quarta é Ibirama. Algo estava errado. O anúncio da terceira colocada sepulta de vez as esperanças de ver no Miss Brasil a beleza mais expressiva deste ano. Hanna, sem demonstrar desapontamento, recebe a notícia com uma serenidade impressionante. As remanescentes são convidadas ao centro do palco, antes mesmo do tradicional discurso de despedida da Miss do ano anterior. Segue-se um dos poucos efeitos visuais realmente muito bem realizados do concurso: Um excelente jogo de luzes, e uma trilha sonora de suspense muito bem arranjados, seguidos do desfecho que todos já haviam, ao menos, sido informados da previsão: Franciele, de Pomerode, era a Miss SC 2013, recebendo a faixa, a coroa(Um modelo de péssimo gosto, mais parecendo coroinha de barbie de camelô), e um manto muito similar ao usado pela branca de neve .
Neste momento, veio a maior demontração de deselegância e profissionalismo por parte da coordenação: Manoella, a Miss SC 2012 sequer foi convidada para dar seu tradicional discurso de despedida. Nem mesmo a Miss Brasil 2013, presente ao evento, pode dispor da cortesia de ir ao microfone falar algumas palavras. Se não fosse a Manu a ter literalmente puxado para a passarela, Gabriela nem mesmo teria tido a honra de desfilar para a platéia. A revanche veio quase que de imediato, com as duas totalmente dignas, sendo ovacionadas pela platéia, na maior demonstração de carinho do evento, provando que há uma coisa que jamais pode ser adquirida - ou se tem, ou jamais se terá: BERÇO. E as grosserias não pararam por aí. Mario Augusto de Lima,Um dos amigos da Manu presentes ao evento, ao tentar subir ao palco a fim de tirar fotos com as misses, foi literalmente impedido de subir pelos seguranças, a mando do coordenador, sendo que o mesmo mal-tratamento não foi dispensado a outras pessoas em situação equivalente. 
Hanna , neste momento, surpreendeu a todos. Totalmente digna, demonstrando muita maturidade, tirou as tradicionais fotos ao lado da vencedora sem demonstrar qualquer sinal de imaturidade ou deselegância, e ainda teve serenidade e força para consolar os membros de sua torcida, nada conformados com o resultado.
Para finalizar, no dia seguinte, ao sair para almoçar, me deparo, na portaria do hotel com o coordenador estadual e sua Miss eleita, sentada, numa postura tradicional de Miss, muito correta, sem o make-up pesado que carregou por durante todo o concurso, com um meio-coque, trajando a faixa e com a coroa entre as mãos. Cumprimentei a todos, dedicando maior atencão á mesma. Esta, agora livre da máscara “Do not disturb“ que lhe foi comum durante todo o concurso, sorriu com uma simpatia franca. Foi quando constatei que realmente é tem um lindo rosto, onde se destacam os olhos expressivos, o nariz de desenho bastante regular, e o sorriso de dentes perfeitos, apesar da testa proeminente, que ela terá que saber trabalhar muito bem, a fim de minimizar.
IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A) SOBRE A MISS SANTA CATARINA ELEITA: Trata-se de uma candidata muito bonita sim. Um lindo rosto. Até agora, é a mais bela das concorrentes já eleitas a Miss Brasil. Isto não chega a ser propriamente algo assim tão lisongeiro. O staff do Miss Brasil 2013 está muito ruim. Ruim de doer. Chega a ser deprimente.
Diferente do que muitos tentam veicular, ela não se parece com Glebova. Esta tem uma beleza de traços mais delicados. A beleza facial da nova Miss SC é um tipo muito mais agressivo, completamente diferente. Tampouco faz a linha da Nicloti, mais para o clássico. O estilo de beleza de Franciele é um tipo sensual ao extremo, lembra, sim, e bastante, a ex-assistente de palco do Gugu Liberato Helen Ganzarolli. Não faz a linha top internacional, como Hanna. Tem mais o estilo de uma assistente de palco de programa televisivo de entretenimentos.
Pois bem, a nova Miss SC é uma moça muito jovem, apenas 18 anos, com um lindo rosto, apenas tendo que tomar um pouco de cuidado para que a testa proeminente não lhe prejudique a fotogenia. Infelizmente, o corpo não está em perfeitas condições para disputar um Miss Brasil. As medidas são grandes, o abdomen não é chapado, ela não é nem um pouco tonificada. Terá muito que trabalhar a fim de tonificar o corpo, secar medidas. E deve correr ao máximo, pois o indicado seria uma lipoescultura a fim de acelerar este processo, algo que deve ser realizado imediatamente para que os melhores resultados sejam alcançados até a data do Miss Brasil. Contudo, seu ponto mais negativo não é este. A oratória é terrível. Ela simplesmente tem dificuldades até para coordenar idéias. É compreensível, já que se trata de uma moça de apenas 18 anos, com somente o segundo grau, récem-saída do interior. Terá que trabalhar muito a oratória, ler muito, estudar muito, se inteirar acerca de atualidades, conhecimentos gerais, para adquirir maior segurança neste quesito. Apenas um exemplo de como ela é fraca em entrevistas: Minutos após eleita, em sua primeira entrevista como Miss SC, completamente livre da tensão do concurso, ela foi perguntada pela repórter qual o seu diferencial que a levou a ser a eleita. A resposta foi a seguinte: “É um sonho que tenho desde menina. Tenho 18 aninhos apenas , estou muito feliz, e vou batalhar muito para trazer o título de MB“. Infelizmente, na oratória ela não precisa somente de preparo, mas também de melhorar bastante o nível cultural. E deve também aprender a toque de caixa a ser diligente e buscar apoio e patrocínio para sua preparação, pois, como todos sabem, o coordenador de SC quase nada faz além de cobrar suas cotas nos trabalhos profissionais de suas eleitas.
 SOBRE A HANNA: Infelizmente, ela não foi a eleita. Houveram falhas, óbvio. Ela não era uma candidata perfeitamente acabada. Mas, neste Miss SC, qual candidata realmente o era? O que a deixou mais magoada foi que as pessoas, que antes a endeusavam, superlativaram seus defeitos, minimizando os das demais, com o intuito de virarem as costas para ela. Será que seus defeitos eram assim tão difíceis de serem trabalhados? A meu ver não. No meu modesto ponto de vista, os pontos negativos de Hanna seriam muito mais fáceis de serem trabalhados do que o da eleita Miss SC. A oratória deveria ser focada apenas no tocante a uma maior segurança para falar em público, e controlar a ansiedade. Hanna não é fraca em nível cultural. O corpo é esguio, longilíneo, apenas necessitando de maior tonificação. A passarela poderia ser colocada no nível ideal com treinamento adequado até o dia do Miss Brasil. Afinal, para o Miss Brasil faltam cerca de 4 meses. tempo suficiente para ela estar nos trinques. E o que poucos sabem, é que existiam pessoas extremamente competentes interessadas em prepará-la adequadamente para o Miss Brasil. Infelizmente, o concurso de 2013 perdeu muito por este mau resultado. Se ela vai algum dia voltar, só saberemos com o tempo. Agora, uma coisa é garantidíssima: Enquanto a atual coordenação estiver no poder, ela jamais volta a pisar no Miss SC.
C) NOTA 10 Para Manoella Deschamps. A melhor Miss Santa Catarina em anos. Uma Miss com uma personalidade como a muito não se via. Forte, contundente, empreendedora, e com um poderoso espírito de coordenação, correu atrás do seu objetivo de bem representar seu Estado, e se fez por conta própria. Deixa a coroa coberta de dignidade, respeitada pelos missólogos, e querida por todos. Sem dúvida uma Miss para Jamais ser esquecida. NOTA 10 Para Gabriella markus. Dona de uma classe ímpar, uma sofisticação e um refinamento impressionantes, além de carisma e simpatia extraordinários, encantou a todos durante esta sua passagem pelo Miss SC.
D) UMA REFLEXÃO FINAL: SERÁ QUE VALE MESMO A PENA SER MISS? Antes de adentrar no tema, uma colocação. Tive a oportunidade de ter acesso ao contrato que as candidatas ao Miss SC teriam que assinar antes do concurso. Aquelas que não o fizessem, sequer poderiam subir ao palco. Era um contrato na modalidade “de adesão“, ou seja, pré-impresso, com clausulas pré-estabelecidas por uma das partes(no caso, o coordenador estadual), sem qualquer possibilidade de discussão pela outra parte. No seu bojo, clausulas “fortes“, como a exigência de agenciamento exclusivo da vencedora em uma agência de modelos localizada em balneário Camboriú, de propriedade do coordenador, a supervisão, com direito a veto, de todos os trabalhos de modelo realizados pela candidata, usando ou não o nome do concurso, independente de quais sejam os motivos, com percentuais a serem pagos, que variavam de 25 a 30%, e uma multa cavalar de cem mil reais no caso de rescisão que não fosse amigável. Tudo isto sem que a candidata tenha qualquer remuneração fixa durante todo o período de reinado. Agora, me pergunto: Será viável a uma modelo, agenciada por filiais das maiores agencias de modelo do país, com propaganda da Dakota no currículo veiculada em rede nacional, se sujeitar a agenciamento exclusivo a uma tal “Crazy models“ de bal. Camboriú, com alguém tutelando sua vida como bem aprouver, inclusive a privada, por um ano? Qual o atrativo que um concurso deste tipo ofereceria? Para quem? Com certeza, não para mulheres bem-resolvidas, com vida ao menos engajada. Estas passariam longe deste tipo de compromisso. lamentavelmente, o aludido contrato me fez compreender que, infelizmente, aqui no Brasil, alguns coordenadores usam destes concursos para suprir a carências afetivas referente ás filhas que não tiveram. Ou então, tratam suas contratadas como uma criança trata a sua boneca.
Voltando ao foco central da indagação, de que vale hoje ser Miss? Ganhar uma faixa, uma coroa de strass (nem sempre de bom gosto), um manto (muitas vezes similar áqueles usados pelas santas de procissão), uma jóia sem lá grande valor econômico, assinar um contrato deste tipo, e uma passagem internacional tirada nas milhas do coordenador? Será mesmo que isto tem grandes atrativos? Vale um sonho? Vale dedicação, gastar tempo, dinheiro, correr atrás de patrocínio, e se sujeitar na maioria das vezes a preferencias pessoais de coordenador que podem definir ou não o seu sucesso ou o seu fracasso? Qual a viabilidade deste sonho? Sou de opinião de que sonhos se mantém assim apenas enquanto demonstram alguma viabilidade. Do contrário, deixam de ser sonhos.
Lamentavelmente, a coordenação nacional tem que trabalhar muito ainda a fim de que os concursos de Miss sejam ao menos atrativos. Do contrário, teremos contextos assim: Um Estado de lindas mulheres como SC com um concurso meia-boca, poucas candidatas, a maioria muito aquém do que se esperaria do Estado. Poucas das realmente lindas se sujeitam a participar, e, quando se sujeitam, arriscam-se a sofrer revezes injustos que na maioria das vezes as desencantam a ponto de rejeitar o mundo Miss. Sou de um Estado onde as mulheres são maravilhosas. Poucas aceitam ser Miss aqui. Muito difícil. Não há atrativos. 
Minhas sugestões: PELO MENOS colocar pessoas idôneas, diligentes, empreendedoras, nas coordenações estaduais. Oferecer premiações mais atrativas, como por exemplo, um carro(nem que seja popular), e bolsas de estudo(graduação ou pós-graduação) em universidades já seria um grande avanço. As lindas meninas se mostrariam interessadas.
Confesso que nunca voltei de um concurso tão desencantado com mundo Miss. Parece um espelho cuja imagem que eu sempre tive foi quebrada. Bom, seja como for, tudo que eu podia ter dito sobre este assunto já foi dito. Nada mais há a dizer. Ciclo fechado. Agora, é olhar para frente. A vida segue.

Um comentário:

  1. Tremenda falta de profissionalismo no concurso em Santa Catarina! #FORAENTULIO

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